quinta-feira, 6 de agosto de 2020

HISTÓRIA

06/07 – HISTÓRIA – 9º ANO
Olá pessoal! Continuando nossas aulas sobre o Brasil no inicio da Republica, hoje veremos a Semana de Arte Moderna de 1922 um evento artístico que diz muito sobre as mudanças que estavam acontecendo tanto no Brasil quanto no mundo e que foi responsável por grandes revoluções na arte e literatura brasileiras. 
Leia o texto com atenção e responda os exercícios. Bons estudos! Abraços profª Larissa #fiqueemcasa
Adaptado de:
BRANDINO, Luiza. "Semana de Arte Moderna de 1922"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/literatura/semana-arte-moderna-1922.htm. Acesso em 29 de julho de 2020.
Semana de Arte Moderna de 1922
Marco oficial do Modernismo brasileiro, a Semana de Arte Moderna aconteceu em São Paulo (SP) e reuniu artistas das mais diversas áreas no Theatro Municipal de São Paulo ao longo dos dias 13 e 18 de fevereiro de 1922. Apresentações musicais e conferências intercalavam-se às exposições de escultura, pintura e arquitetura, com o intuito de introduzir ao cenário brasileiro as mais novas tendências da arte.
Influenciados pelas vanguardas europeias e pela renovação geral no panorama da arte ocidental, esses escritores, pintores, escultores, intelectuais e músicos uniram seus esforços para apresentar suas produções ao grande público. Reunião das tendências estéticas que tomavam forma em São Paulo e no Rio de Janeiro desde o início do século, a Semana de Arte Moderna também revelou novos grupos, novos artistas, novas publicações, tornando a arte moderna uma realidade cultural no Brasil

Contexto histórico da Semana de Arte Moderna
Até o início do século XX, a escola artística tida como oficial no Brasil era o Parnasianismo. Caracterizado pelo rigor formal (preocupação com a forma do poema no que se refere à metrificação), pela proposta da “arte pela arte” e pelo academicismo e elevada erudição, o Parnasianismo havia sido a tendência estética dominante até então, especialmente na poesia, figurando em textos oficiais, como o Hino Nacional Brasileiro.
Como a grande maioria das escolas estéticas, o Parnasianismo foi importado da Europa. No continente europeu, contudo, vigorava outra proposta artística. As grandes reviravoltas da Revolução Industrial haviam instituído uma nova maneira de viver, modificando completamente as relações humanas. A luz elétrica e a rapidez dos automóveis e das produções fabris em larga escala transformaram a sociedade.
O advento da Primeira Guerra Mundial (1914-1918) e a destruição mortífera causada por ela também influenciaram social e filosoficamente os artistas do período. O início do século XX trouxe inúmeras mudanças ao modo de viver europeu; a arte, portanto, precisava acompanhar essas mudanças. Vinham à tona as vanguardas artísticas e, com elas, a consolidação da modernidade no âmbito da arte.
O Brasil, por sua vez, também começava a se modernizarAs primeiras indústrias começavam a se instalar na cidade de São Paulo, e a produção de café do interior paulista gerava grandiosa receita de exportação, transformando o estado em novo centro econômico brasileiro. Por esse motivo, a capital paulista foi o palco dos eventos da Semana de Arte Moderna, que contou com o patrocínio de diversos membros da burguesia industrial que ali se consolidava.
Além disso, 1922 foi o centenário da Independência do Brasil. Assim, o cenário era ideal para a renovação artística nacional, e esse foi um dos motes da Semana: a atualização intelectual da consciência nacional. O Brasil, que se transformava e se modernizava, precisava de um novo olhar artístico, sociocultural e filosófico que propusesse uma arte nacional original e atualizada, trazendo consigo um pensamento a respeito dos problemas brasileiros e da variedade cultural que se estendia por nosso vasto território.
Predecessora importante da Semana foi a Exposição de Pintura Moderna – Anita Malfatti, que ocorreu em 1917, também em São Paulo. Cinquenta e três obras da pintora foram apresentadas ao lado de obras de artistas internacionais ligados às vanguardas europeias. As telas impressionaram nomes que liderariam, depois, a Semana, como Mário de AndradeOswald de AndradeMenotti del Picchia e Di Cavalcanti.
A exposição também causou grande desaprovação da crítica conservadora, em especial Monteiro Lobato, que publicou uma crítica extremamente negativa, intitulada “Paranoia ou mistificação?”. Com traços expressionistas, Malfatti trouxe ao Brasil uma nova estética, em exposição considerada o primeiro “estopim” para a idealização da Semana.
As novas tendências que floresciam com as vanguardas, grande período de experimentação do início do século XX, deram aos artistas brasileiros a possibilidade de trabalhar com novas linguagens, novos materiais e novas propostas, a fim de renovar a arte nacional. Mas, diferente do Parnasianismo, não houve uma incorporação completa dessas estéticas – não se importou para o Brasil o cubismo ou o expressionismo em busca de se desenvolver aqui uma escola análoga.
Os artistas que iniciaram o Modernismo brasileiro aproveitaram-se desses novos procedimentos e técnicas, desse rompimento com o academicismo, para reelaborar o cenário artístico nacional.
Como foi a Semana de Arte Moderna de 1922?
Entre os dias 11 e 18 de fevereiro, o Theatro Municipal de São Paulo permaneceu aberto para visitação. Em seu saguão, instalou-se uma exposição de pintura e escultura. Obras de Anita Malfatti, Di Cavalcanti, Victor Brecheret, entre outros, escandalizaram o gosto público brasileiro, nada acostumado às novas formas de representação propostas pelo modernismo.
Vaias, burburinhos e agitação geral só aumentaram ao longo da Semana. Além da exposição, o evento contou com três festivais, que envolviam apresentações de música, dança, declamações de poesia e conferências, a acontecer nos dias 13, 15 e 17 de fevereiro.
O dia 15 de fevereiro representou o auge da Semana, nos mais escandalosos termos. A nova literatura provocou irritação e algazarra no público presente. Destacam-se a palestra de Mario de Andrade, cujo texto depois se tornaria a publicação A escrava que não é Isaura, em que o autor defende enfaticamente o abrasileiramento da língua portuguesa, e a conferência sobre a estética moderna proferida por Paulo Menotti del Picchia, que provocou os ânimos da plateia, fazendo ecoar vaias pelos quatro cantos do Theatro.
Também nesse dia houve um sarau, que contou com a participação de diversos escritores, que tentavam falar no meio da gritaria da plateia. Nesse dia, Ronald de Carvalho leu o famoso poema “Os Sapos”, de autoria de Manuel Bandeira, que ridicularizava os parnasianos. 
O evento de encerramento da Semana foi dedicado à música. Peças de Villa-Lobos foram executadas pelos diversos músicos participantes, com menos ruídos em vaias, mas não sem escapar às críticas ferinas dos conservadores.
Consequências da Semana de Arte Moderna de 1922
Polêmica, confusa, barulhenta, tida como “demasiado festiva” e “pouco moderna”, não se pode negar que a Semana de Arte Moderna de 1922 foi um marco, um divisor de águas no panorama artístico brasileiro. Ela escancarou as portas para uma grande liberdade no que diz respeito à produção e pesquisa estética no país, contribuindo para um florescimento intelectual e artístico. Na visão de Di Cavalcanti, o acontecimento da Semana extrapolou o campo cultural e repercutiu também na área política.
A Semana fez o papel de divulgação da arte moderna, que, por sua vez, cultivou o terreno para a consolidação de uma revolução artística e literária que tomou forma após 1922, quando foram lançados os manifestos de Oswald de Andrade e as obras fundamentais do Primeiro Modernismo brasileiro, tais como Macunaíma (Mario de Andrade), Memórias Sentimentais de João Miramar (Oswald de Andrade) e Ritmo Dissoluto (Manuel Bandeira).

o homem amarelo “ O Homem Amarelo” quadro de Anita Mafalti
Exercícios:
  1. Quando e onde ocorreu a Semana de Arte Moderna?
  2. Qual era a escola artística que dominava no Brasil da época e quais as suas características?
  3. Cite quais eventos históricos ocorreram no mundo que mudaram a forma de pensamento e criação dos artistas e quais eventos foram específicos do Brasil
  4. Por que a cidade de São Paulo foi escolhida pra esse evento?
  5. O que os modernistas defendia? Como foi o evento? 
  6. Quais as consequências da Semana de Arte Moderna?

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