05/11 – LÍNGUA PORTUGUESA – 9º ano
TEXTO 1: Pelo fim da violência contra a juventude negra
A iniciativa busca ampliar, junto à sociedade, gestores públicos, sistema de Justiça, setor privado e movimentos sociais, a visibilidade do problema da violência contra a juventude negra no país. O objetivo é chamar atenção e sensibilizar para os impactos do racismo na restrição da cidadania de pessoas negras, estimulando ações de enfrentamento da discriminação e violência.
No Brasil, sete em cada dez pessoas assassinadas são negras. Na faixa etária de 15 a 29 anos, são cinco vidas perdidas para a violência a cada duas horas. De 2005 a 2015, enquanto a taxa de homicídios por 100 mil habitantes teve queda de 12% para os não-negros, entre os negros houve aumento de 18,2%. A letalidade das pessoas negras vem aumentando e isto exige políticas com foco na superação das desigualdades raciais. Segundo pesquisa realizada pela Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR) e pelo Senado Federal, 56% da população brasileira concorda com a afirmação de que “a morte violenta de um jovem negro choca menos a sociedade do que a morte de um jovem branco”. O dado revela como os brasileiros têm sido indiferentes a um problema que deveria ser de todos.
A campanha quer chamar atenção para o fato de que cada perda é um prejuízo para o conjunto da sociedade. Segundo dados recentemente divulgados pelo UNICEF, de cada mil adolescentes brasileiros, quatro vão ser assassinados antes de completar 19 anos. Se nada for feito, serão 43 mil brasileiros entre os 12 e os 18 anos mortos de 2015 a 2021, três vezes mais negros do que brancos. Entre os jovens, de 15 a 29, nos próximos 23 minutos, uma vida negra será perdida e um futuro cancelado.
A campanha defende que esta morte precisa ser evitada e, para isso, é necessário que Estado e sociedade se comprometam com o fim do racismo – elemento chave na definição do perfil das vítimas da violência. O Brasil está entre os 193 países que se comprometeram com a agenda 2030 de desenvolvimento sustentável, tomado a decisão de não deixar ninguém para trás. Se o racismo tem deixado os jovens negros para trás, ele precisa ser enfrentado. “Vidas Negras” é um convite aos brasileiros e brasileiras a entrar no debate e promover e apoiar ações contra a violência racial.
Disponível em: http://vidasnegras.nacoesunidas.org - Acesso em 29 de mai. 2020.
TEXTO 3: Trecho da canção “O canto das três raças”
interpretada por Clara Nunes
“...Negro entoou
Um canto de revolta pelos ares
No Quilombo dos Palmares
Onde se refugiou
Fora a luta dos Inconfidentes
Pela quebra das correntes
Nada adiantou...”
Disponível em: https://redesina.com.br/historiadamusica-o-canto-das-tres-racas/ - Acesso em 29 mai. 2020.
Questões
a) Quais as semelhanças existentes entre os três textos que você leu? Comente.
b) A Charge lida, datada de 2017, período em que uma série denominada “Os dias eram assim” estava sendo exibida numa rede de televisão aberta. Produzida para um artigo de opinião no qual o articulista compara a violência de um momento histórico retratado na série à violência vivenciada nas periferias cotidianamente. Embora essa charge tenha sido produzida em 2017, você acha que ela ainda se mantém atual? Que acontecimentos recentes poderiam ter inspirado essa charge?
c) Na charge lida, o garoto risca o verbo no passado (pretérito) e o escreve no presente. Qual a intencionalidade dessa ação? Que reflexão podemos fazer sobre essa atitude?
d) Em: “Fora à luta dos Inconfidentes /Pela quebra das correntes / Nada adiantou”, o que seriam as correntes citadas no trecho canção?
e) Sobre o texto “Pelo fim da violência contra a juventude negra”, que fato motivou a publicação da notícia?
f) A canção “O canto das três raças” foi lançada em 1976, a notícia é de 2017 e nos encontramos no ano de 2020. No decorrer desse período, houve muitas mudanças em relação ao preconceito racial contra pessoas negras em nosso país? Comente.
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