segunda-feira, 31 de agosto de 2020

GEOGRAFIA

Atividade de Geografia – 9º ano – 31/08

Leiam o texto para responder as questões a seguir:

Desmatamento da floresta tropical pode tornar o Sudeste inabitável pela falta de água
Esta é uma nova teoria surgida em estudo feito no Instituto de Pesquisa da Amazônia e Instituto de São Petesburgo
Estudos russos mostram que mais de 60 do transporte de umidade para alguma reas do planeta realizado pela ao direta da florestaEstudos russos mostram que mais de 60% do transporte de umidade para alguma áreas do planeta é realizado pela ação direta da floresta. Foto: Divulgação/NASA
A região de maior desenvolvimento econômico da América do Sul seria um imenso deserto sem a floresta amazônica e a cordilheira dos Andes. Inclui-se nesta área abaixo do Equador toda a faixa entre os paralelos 20 e 30, que corresponde ao Sudeste, Sul e grande parte do Centro-Oeste do Brasil, além de porções consideráveis do Paraguai e do norte da Argentina, como ainda incluir toda a bacia do rio Prata. O desmatamento da maior floresta tropical do mundo leva a esta região o imenso risco de tornar-se inabitável por falta de água.
Esta é uma nova teoria surgida em estudo feito no Instituto de Pesquisa da Amazônia (Inpa) e no Instituto de Física Nuclear de São Petersburgo, na Rússia. Basicamente ele agrega novos valores aos modelos que ainda não incorporam todos os componentes das mais diversificadas áreas da pesquisa envolvendo questões ambientais. Isto traria a constituição de outros cenários climáticos, como ocorreu com a descoberta do escurecimento global.
Os estudos russos mostram que mais de 60% do transporte de umidade para algumas áreas do planeta é realizado pela ação direta da floresta. Ela seria uma fonte de vapor muito forte, além de promover uma sucção de umidade na atmosfera em suas cercanias. Com isto, a vegetação amazônica acabaria sendo um dos componentes na formação, inclusive, de ventos alísios que sopram de leste para oeste e distribuem a umidade de maneira transcontinental.
Sob essa visão mais horizontal da complexidade atmosférica e bem menos ortodoxa, os cientistas chegaram a conclusões surpreendentes. Essa massa de ar repleta de umidade segue até os Andes, a quatro mil quilômetros de distância, e se deslocando para a porção sul continental, cuja transição influencia no regime de chuvas nas regiões Sul, Sudeste e no complexo de afluentes que formam a bacia do rio Prata. "A vida existente na floresta é que está viabilizando esse processo", comenta Antonio Donato Nobre, engenheiro agrônomo e doutor em biogeoquímica planetária do Inpa.
Para se ter uma idéia da dimensão desta evaporação no território florestal, o volume diário do rio Amazonas atinge 17 bilhões de toneladas, enquanto a vegetação lança à atmosfera 20 bilhões de toneladas por dia em moléculas de água - algo, inclusive, já cientificamente comprovado ser maior que o índice ocorrido na mesma faixa no oceano Atlântico. Um dia da energia despendida nesta evaporação - que forma as nuvens e auxilia na circulação atmosférica - representa o esforço feito pela Usina de Itaipu, em carga plena, durante 145 anos.
Deserto
A faixa dos desertos existentes no hemisfério Sul do planeta atravessa enormes áreas continentais, como os desertos australianos de Great Sendy, Gibson e Great Victoria, na plataforma africana surgem as áreas desertificadas da Namíbia e do Kalahari e na América do Sul, a do Atacama. Sem qualquer coincidência, ambos os desertos africanos, inclusive em expansão, estão alinhados frontalmente, dentro das margens latitudinais, com as regiões de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Contudo surge uma questão premente: quais foram os motivos de estas partes do Brasil e da América do Sul terem se mantido com solos férteis e índices pluviométricos mais que satisfatórios à manutenção da vida? O geólogo e ex-coordenador geral do Programa Panamazônia, Paulo Roberto Martini, cientista do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais e atualmente na direção da Agência Espacial Brasileira (AEB), tem sua teoria para esse fenômeno. "A distribuição da umidade evitou que essa região da América do Sul fosse transformada num imenso deserto", comenta.
A desertificação destas regiões ocorrerá se o transporte de ar úmido for bloqueado ou escasseado por ação natural ou antrópica. Martini lembra que as investigações geomorfológicas já mostraram que entre os anos 1000 e 1300 houve secas generalizadas e populações inteiras desaparecerem nas Américas. E isto pode ocorrer novamente, agora potencializado pela devastação causada pelo homem. "Esse solo das regiões Sul e Sudeste tem potencial para se tornar deserto, basta não chover regularmente", afirma.
Os Rios Voadores
Os Rios Voadores são uma espécie de curso d’água invisível que circula pela atmosfera. Trata-se da umidade gerada pela Amazônia e que se dispersa por todo o continente sul-americano. As principais regiões de destino são o Centro-Oeste, Sudeste e o Sul do Brasil, de forma que alguns pesquisadores afirmam que, sem essa umidade, o ambiente dessas regiões transformar-se-ia em algo parecido com um deserto.
A origem dos rios voadores acontece da seguinte forma: as árvores da Floresta Amazônica “bombeiam” as águas das chuvas de volta para a atmosfera, através de um fenômeno denominado evapotranspiração, ou seja, a água das chuvas que fica retida nas copas das árvores evapora e permanece na atmosfera em forma de umidade. É exatamente essa umidade que forma os rios voadores.
Para se ter uma ideia da umidade gerada por esse processo, o INPA (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia) estima que uma árvore de 10 metros de diâmetro possa produzir mais de 300 litros de água por dia, mais do que o dobro de água que uma pessoa utiliza diariamente para beber, cozer alimentos, tomar banho etc. Uma árvore de 20 metros, por sua vez, pode bombear mais de 1.000 litros de água por dia.
Considerando que na Amazônia existem mais de 600 milhões de árvores, é possível se ter uma ideia da grandeza desse fenômeno!
Os rios voadores abastecem o Rio Amazonas
Alguns pesquisadores apuraram que os rios voadores contribuem diretamente na formação das nascentes dos cursos d’água que formam o grande Rio Amazonas. Isso porque toda essa umidade gerada pela floresta é transportada pelos ventos em direção à Cordilheira dos Andes, um imenso “paredão” de quase 4.000 metros de altitude que funciona como uma espécie de barreira para as frentes úmidas.
Ao barrar toda essa quantidade de vapor d’água, parte dela se precipita na forma de chuvas ou neve, que vão contribuir para a formação de rios e nascentes de importantes cursos d’água da região da costa do Peru, inclusive aqueles que dão origem ao Rio Amazonas.
Os rios voadores e o clima no Brasil
Como já dissemos, os rios voadores interferem no clima da maior parte do território brasileiro. Isso porque a umidade do ar que é barrada pela Cordilheira dos Andes e que não se precipita é “rebatida” de volta para o continente, fornecendo umidade para as demais regiões do país.
É exatamente essa umidade, a qual se dá o nome de Rios Voadores, que dá origem às chuvas e contribui para amenizar o clima em algumas regiões com temperaturas mais elevadas.
Estima-se que a vazão dos rios voadores seja igual ou superior à vazão do Rio Amazonas, que é o maior do mundo e transporta 200.00m³ de água por segundo!
O que se observa, nesse processo, é a importância da preservação da Floresta Amazônica. Caso a fronteira agrícola do país continue se expandindo, as consequências poderão ser extremamente severas, inclusive, para a própria agricultura, que não contará mais com o mesmo regime de chuvas para o abastecimento da produção. Além disso, a tendência é que o ar que respiramos fique mais seco e as temperaturas se elevem, sobretudo nas regiões mais próximas à Linha do Equador.
Para saber mais, visite a homepage do Projeto Rios Voadores.
Vista aérea da Amazônia. A umidade produzida na floresta é muito importante para o clima no Brasil
Vista aérea da Amazônia. A umidade produzida na floresta é muito importante para o clima no Brasil
Publicado por: Rodolfo F. Alves Pena
Água, sua linda - A falta de água em regiões desmatadas já ...
Exercícios:
  1. Por que a região Sudeste e Sul do Brasil seria um deserto sem a Floresta Amazônica?
  2. O que são Rios Voadores e qual sua importância para o clima do Brasil?
  3. O que causa o desmatamento da Amazônia atualmente e quais as consequências para todos?
  4. Quanto aos povos indígenas, como são afetados com o desmatamento? Pesquise.
  5. Faça a atividade do caderno Trilhas de Aprendizagem volume 2, da página 177 à 179.
  6. Assista aos vídeos a seguir de  para complementar seus conhecimentos:

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